O curso que garantia o STCW, já comentado no post anterior, aconteceu durante cinco dias (manhã e tarde). Foram três dias de aulas teóricas estudando o SOLAS (Safety Of Life At Sea) – a base da Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida no Mar -, e o resto da semana ocupada em aulas práticas, sendo uma no Centro de Treinamento de Brigadas de Incêndio, aprendendo os fundamentos de prevenção e combate ao fogo a bordo, e a outra no Clube Náutico Atlético Cearense, exercitando o salto na piscina a uns 8m de altura e simulando a vida dentro de uma balsa inflável. Noções de primeiros socorros também é um assunto que se destacou durante as aulas.
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Deu pra ter uma idéia do tipo de pessoa que resolve embarcar. De um modo geral, a classe se dividia entre os que buscam aventuras, os que não tinham noção de onde estavam pisando, e os que precisavam do dinheiro e iam pra pegar no pesado mesmo. Todos estavam muito ansiosos e falantes. Até então, achava que só pessoas com o básico de inglês poderiam embarcar, mas acabei por encontrar quem mal tivesse completado o ensino fundamental. Essa diversidade é algo positivo. Entretanto, era triste ver pessoas com formação e experiência optando por limpar o chão. Ouvindo suas histórias e conhecendo um pouco de suas personalidades, dava para entender o por quê da decisão de embarcar, e até especular quem sobreviveria, ou não.
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Desde a entrevista, ficou acertado que eu entraria na vaga de Bar Waitress (garçonete designada para os bares). De acordo com a agência, tratava-se da melhor disponível para quem era quase fluente em inglês e tinha o básico de francês. Era um serviço que tinha o melhor salário e contato direto com os passageiros, o que podia render gorjetas. O fato é que, junto com a vaga de Waiter (garçom designado para os restaurantes), essa era a melhor opção que a agência de recrutamento daqui de Fortaleza tinha. As vagas para trabalho no shopping do navio, recepção, equipe de animação, guias de excursão, entre outros, ainda são exclusivas para os agenciadores da região centro-sul do país.
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E, novamente, entrei em modo de espera. Não havia tanta procura por garçonetes, quanto precisavam de gente pra limpar o navio.
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