Geralmente, um contrato de vida a bordo dura em torno de nove meses. Somente dentro do navio, após os primeiros dias, é que percebemos o que seria importante ou o que colocamos de supérfluo dentro da mala. Já que o meu porto de embarque era em Santos (SP), ainda tinha que me preocupar com o sobrepeso no check-in. Uma das condições impostas sobre a vaga, era que eu mesma deveria pagar a passagem aérea - lembrando que moro em Fortaleza (CE). Me senti acuada, afinal, investi em um curso, na taxa da agência de recrutamento, além das coisas que levaria. Não era como se eu pudesse voltar atrás, já sabia que não ia surgir outra oportunidade na qual a empresa financiaria o meu ticket. Ao todo, gastei por volta de 2 mil reais, e ainda ficaram algumas contas que meus pais assumiram. Confesso que não fiz um planejamento de custos, o que foi bem irresponsável se o meu objetivo era guardar dinheiro. No entanto, quando você sente que está indo morar em outro local pela primeira vez, bate um pânico, e cada coisinha que antes era desnecessária passa a ser essencial em caso de emergência. Prender a respiração e contar até dez, ajuda.
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Respondendo a pergunta de todos, "O que devemos levar na mala?", o primeiro passo é pensar no que você vai precisar para o trabalho. Ele ocupa boa parte do dia, e mal podemos andar pelo navio se não estivermos devidamente fardados. Infelizmente, só contamos com a agência para uma orientação, mas esta também pode se enganar. Me disseram que faria parte do meu uniforme de Bar Waitress, calça social preta, por exemplo. Comprei cinco calças, um exagero. Quando embarquei, descobri que eram saias que se usava. Outra coisa que fazia parte do meu uniforme, eram camisas brancas de mangas compridas. Cuidado! Não adianta comprar algo que não seja igual ao que é utilizado. No navio mesmo eles possuem tudo isso, então, vamos às coisas que não encontramos por lá.
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Meias branca e pretas sem estampas - esta última, para calçado social. No caso das moças que usarão saias, meia-calça fina preta. Garotas, vocês podem levar tanto as mais transparentes (fio 15), quanto as grossas (fio 40), e aconselho por volta de 15 pacotes. Acreditem, não é muito, e vocês terão oportunidade de comprar mais nos arredores do porto. Mesmo quando o rasgo é mínimo, se percebido por qualquer superior, eles te mandam trocar. Dependendo do humor deles, até te passam um sermão por negligência com o uniforme.
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Dois sapatos pretos com um pequenino salto quadrado - este último, é exigência sem escapatória para o sexo feminino. Se você encontrar um sapato preto mais brilhoso, no mesmo estilo dos outros, compre. Existem as chamadas "noites de gala", e o calçado vendido no navio para tais dias quase destruiu meus pés. Caso seja designado para trabalhar na piscina, não podemos esquecer dos tênis brancos (sem marcas e outras cores aparecendo), um par é o suficiente.
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Para quem fica em pé da hora que acorda, até o momento que vai dormir, não existe coisa mais importante que a preocupação com os membros inferiores. Alguns cremes de massagem, e outras alternativas ortopédicas, são válidos. Na verdade, recomendo o preparo de uma necessaire com remédios de todos os tipos. Analgésicos, antialérgicos, gelol, gase, band-aid (etc) e, se você for como eu que tem sérios problemas de garganta e sinusite, peça ao seu médico que faça um guia de medidas profiláxicas. Antes de embarcar, meu otorrinolaringologista receitou-me desde medicamentos para evitar os resfriados que me levariam às crises, até antibióticos para as situações mais graves das quais ele já conhecia - é importante levar a receita a bordo. Durante o processo de seleção, a agência falou sobre um "seguro saúde". Infelizmente, ainda é um sistema falho do diagnóstico ao prognóstico, incluindo os medicamentos utilizados. Durante a temporada brasileira, até por conta da língua, é mais seguro se consultar em terra. Por isso, caso tenha, mantenha o convênio médico.